logo RCN

Quem foi Tiradentes, o herói enforcado em abril de 1792 no Rio de Janeiro

Luta pela libertação do Brasil já questionava, naquela época, a corrupção que perpetuava a pobreza da população

No dia 21 de abril de 1792 era enforcado,no largo da Lampedusa, no Rio de Janeiro, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Além de mártir da Inconfidência Mineira, ele é considerado patrono cívico do Brasil e da Polícia Militar, além de herói nacional. 

O dia de sua execução é feriado nacional, e celebrado desde 1890, no Brasil. Nascido na Fazenda do Pombal (MG), Tiradentes ficou órfão muito cedo, fato que resultou na perda do patrimônio da família por causa de dívidas e também em estudos irregulares. Ficou sob a tutela de um primo, que era dentista e, por conta disso, recebeu o apelido de Tiradentes. 

Ele adquiriu conhecimentos em mineração, tornando-se técnico no reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Em seu trabalho para o governo no reconhecimentos das terras, Tiradentes começou a confrontar as riquezas do solo, com a corrupção e a pobreza da população. Ele também trabalhou em projetos para a melhoria da infraestrutura no Rio de Janeiro, mas não conseguia verbas para todos os seus projetos. 

Para Tiradentes, Portugal impedia o desenvolvimento do Brasil

É a partir daí que ele começa a desenvolver ideais de independência da colônia, já que, em sua visão, Portugal impedia o desenvolvimento do Brasil. De volta a Minas Gerais, iniciou junto às elites locais e a líderes religiosos um movimento pela independência daquela província, inspirado na independência das colônias dos EUA. 

Outro fator que motivou sua militância neste sentido foi a questão dos impostos cobrados pela coroa portuguesa, como o Quinto, taxa semestral imposta aos moradores de Minas Gerais, que consistia em cem arrobas de prata para a Real Fazenda. Também houve uma troca de poder na província, com a nomeação do governador Antônio Oliveira Meneses, que beneficiou seus amigos em detrimento da elite local. O estopim, contudo, foi o anúncio de uma cobrança que ficou conhecida como derrama, medida que permitia a cobrança forçada de impostos. Estava a armada a insurreição que iria lutar pela instituição da República.

Contudo, antes que houvesse a revolução, no dia 15 de março de 1789, Joaquim Silvério dos Reis, Basílio de Brito Malheiro do Lago e Inácio Correia de Pamplona delataram o movimento em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda. A partir daí, Tiradentes passou a ser procurado. Ele tentou se esconder na casa de um amigo, no Rio de Janeiro, mas foi descoberto no dia 10 de maio. 

Além dele, outros inconfidentes foram presos. Ao longo de três anos, eles aguardaram pelo andamento do seu processo pelo crime de "lesa-majestade". Alguns foram condenados à morte, mas tiveram seu pedido de clemência atendido por D. Maria I. Apenas a sentença de morte de Tiradentes foi mantida. Alguns atribuem a isso o fato de Tiradentes ter assumido toda a responsabilidade pelo movimento e também, por outro lado, por ter uma posição social mais baixa em relação aos demais inconfidentes envolvidos. 

Em uma manhã de um sábado, após percorrer uma procissão no centro das ruas do Rio de Janeiro, Tiradentes foi enforcado. Contudo, sua execução, em vez de intimidar a população, acabou despertando ainda mais o sentimento de revolta em relação à dependência do Brasil como colônia de Portugal.

Anterior

Bolsonaro sanciona lei sobre reembolso de shows e pacotes turísticos

Próximo

Programa de Incentivo à Cultura volta a ter andamento em Santa Catarina, após decisão do TCE

Deixe seu comentário