
Me antecipo, porque quero falar de memória coletiva. Estamos chegando a marca de 43 anos da emancipação de nosso lar. E eu sempre gosto de recordar a nossa história. Recordamos porque é preciso viver o que ontem foi uma luta, mas hoje é uma grande conquista de nosso povo.
Muitas gerações aqui estiveram, seja cavalgando em busca de novos rumos, oportunidades e lugares, até aqueles que aqui construíram morada. Somos filhos de uma terra gentil, de oportunidades que se expressam a cada novo momento, em melodias de uma só sintonia a qual canta a força de um povo inteiro. Somos do campo, da indústria, do comércio, do serviço público que constrói a cidade inteira. Somos a esperança, somos a coragem, somos filhos de uma terra próspera.
Nossa luta é contínua desde quando nascemos há muitos anos, quando ainda havia tropeiros a pisar sobre este chão. Mas crescemos, e aqui fizemos desta terra nosso lar. E em pouco tempo, já estávamos presentes na rota dos que a aventura não assombrava. Seguíamos nosso rumo, sabíamos onde queríamos ir e aqui a luta pela liberdade já começava a cantar, tão forte e unida que em 1982 sua emancipação chegou após tantos anos como distrito de Lages. Não somos domados, não somos inquietos, não, somos de uma voz firme que luta e é presente quando mais se necessita. Conduzimos e jamais deixamos que nos conduzam para onde querem. Temos voz própria. Temos força própria. Somos coração e amor que pulsa forte por esta terra.
De gentileza à paixão a quem luta para sustentar sua família; dos professores que logo pela manhã constroem cidadãos conscientes; dos médicos e enfermeiros que nas UBS cuidam das crianças aos jovens; dos adultos aos idosos, não os deixam de lado. Dos servidores públicos que trabalham para manter a ordem sobre as finanças, trabalhos, continuidade do progresso de Otacílio Costa; dos trabalhadores rurais que plantam e colhem o sustento de um povo inteiro; das comunidades que jamais deixam o fogo da paixão pela tradição se apagar na noite fria do inverno; dos trabalhadores da indústria que movem a gigante roda de engrenagem da economia de nossa cidade.
Somos este povo, ordeiro que sustenta parte da região serrana com firmeza e forte presença. Somos este povo, em que a tradição habita cada lar de cada família. Somos este povo, que trabalha, que conquista, que luta e jamais deixa de amar sua terra.
Nossa cultura e tradição transformam gerações. Nosso amor sustenta a paixão que jamais se abala em nome de defender nossa cidade tão querida. Não somos perfeitos, e jamais queremos ser, não somos iguais, todos temos nossas particularidades, precisamos sim mudar, precisamos sim melhorar, mas nunca e jamais retroceder um passo dos grandes caminhos que já alcançamos.
Nossas conquistas são diárias; nossas palavras ficam marcadas; nossas lutas devem e são lembradas. Somos coletivos quando recordamos juntos a nossa memória. Estamos em festa, não só por festejar, mas sim, por estarmos livres, autônomos e firmes quando escolhemos nossos próprios caminhos.
São 4 décadas. 43 anos de uma história construída de forma coletiva, por várias mãos, por várias ideias, por várias pessoas que aqui acreditam no futuro.
De nossa região, não há pedacinho tão importante e tão grande quanto Otacílio Costa, podem não nos ver, podem até dizer que ainda precisamos crescer, mas nunca irão entender o quão grande é nosso coração quando nos unimos para ajudar o próximo. Somos grandes, somos um pedacinho enorme e tão valioso desse país que é continental.
Somos de fato a esperança. O amor, o cordial, o gentil, o alegre, o esperançoso, o trabalhador, o corajoso, o forte, o unido, o próspero. Somos Otacílio Costa rumo ao amanhã de novas conquistas.
É por esse amor que sinto por nossa terra que defendo nosso povo, que defendo nossas comunidades, que defendo com amor, com afeto, com paixão, com cultura, com vontade e força para lutar, com coragem e firmeza para conduzir e não ser conduzido, em prol de construir um futuro no qual todos estejam bem. O bem-estar de nossas comunidades é o essencial. Defendo as PCDs, mas acima de tudo, defendo nossas comunidades.
Se o futuro que me aguarda for verdadeiro, então me lanço à frente para cuidar e dar voz ao povo, às pessoas que se sentem por vezes caladas, mas que querem gritar as suas angústias. Nem tudo podemos mudar, nem tudo podemos fazer, mas o que for possível, de fato, iremos persistir à frente de fazer Otacílio Costa um lugar incrível para se viver.
Que viva a nossa história. Que vivam as nossas conquistas e quanto mais escrevo e mais recordo de nossa memória, mais quero fazer por nossas comunidades. Conheço as histórias, conheço as memórias, mas é preciso construirmos as nossas memórias aqui, em nosso lar.
Até o próximo aniversário, minha querida comunidade. Minha querida Otacílio Costa.
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