Coluna Etc e Tal - Por Cláudia B.S. Stanchak
BEM VINDA, TÁBATA!
"Isso não é planejamento, mas uma lista de desejos." Com estas poucas e certeiras palavras a jovem Tábata Amaral, 25 anos, surpreendeu e desconcertou o então ministro Ricardo Vélez quando ele tentava apresentar seus planos ou projetos para a pasta de enorme importância para os brasileiros - a da Educação. A afirmação surgiu quando ela percebeu que o ministro estava "sem ideias, sem planos nem metas" na apresentação feita no Congresso.
Tábata era uma total desconhecida até eleger-se deputada federal pelo PDT de São Paulo nas últimas eleições. Ela não chegou lá por acaso: oriunda de uma família pobre, aplicada e destaque na área de exatas, cursou astrofísica e ciências políticas na Universidade de Harvard (EUA). De volta ao Brasil em 2016, fundou o Mapa Educação, que engaja jovens e o movimento Acredito que almeja promover uma renovação política.
A presença da jovem causa estranheza na Câmara Federal a ponto de ela conviver com indagações como "Você é de que família?"; "É herdeira de empresa?"; "É casada com alguém importante?" São perguntas carregadas de preconceito e insinuações de que somente mulheres de mais idade, ou de famílias "reconhecidas", ou amparadas por um marido têm direito de assumir um papel político!
E é aí que a nova deputada se sobressai: ela estuda e trabalha muito! Foi acusada de ser de direita por políticos de esquerda e de ser de esquerda pelos de direita. Eles não sabem como lidar com alguém que, tão tenra na política, sabe o que está fazendo. Como o Brasil não é para amadores, está na hora de que espaços políticos sejam ocupados por quem estuda para isso; aliando-se a reais interesses no compromisso com a missão pública!
Uma das preocupações de Tábata com a Educação é a existência de movimentos como o Escola Sem Partido; que desvia o foco de problemas reais como o de alunos que não leem, não escrevem nem falam direito e não completam sequer o ensino médio! Reprimir a escola - além de ferir o direito de cátedra; não tornam melhores os níveis de aprendizagem no país.
O ministro que gaguejou diante da jovem deputada ficou sem emprego. E está apenas começando uma carreira política que parece ser promissora a jovem que percebe algo de grave nas políticas públicas: a educação tem um impacto pequeno na agenda nacional! Ou seja, a maioria dos eleitos não vê a educação pública como prioridade! Não precisamos de projetos e posições contaminados por quaisquer ideologias; mas sim comprometimento com o ensino público de qualidade. Salve, Tábata! Bem vinda por trazer luz ao debate; desafiar "dinossauros" e encorajar práticas políticas saudáveis!
"O preço a pagar pela tua não participação na política é seres governado por quem é inferior" Platão - filósofo grego (428-327 A.C.)
"A educação no Brasil jamais será prioridade porque a política brasileira sobrevive da ignorância do Povo" Jair Alberto Martina
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