Uma confraternização em um museu de história viva localizado na cidade de Plimonth, estado de Massachusetts, marcou o encerramento do Congresso Mundial de Devon 2024, realizado nos Estados Unidos. O evento, que ocorre a cada quatro anos, aconteceu de 19 de abril a 3 de maio e recebeu criadores de países como Brasil, Austrália e Inglaterra – país considerado o berço da raça – para celebrar os quatro séculos da raça Devon em solo americano.

O local escolhido para o final da viagem pela Costa Leste americana, Plimonth Plantation, é réplica de uma antiga aldeia do século XVII, às margens do Oceano Atlântico, mesmo lugar onde colonizadores ingleses desembarcaram os primeiros animais da raça Devon no país. Foi na região que teve início a pecuária daquele país.

A pecuarista Anna Luiza Sampaio Quinta Di Cameli, da Estância da Gruta, de Capão do Leão (RS), relata que os americanos reproduziram a chegada dos animais ao local.  “Tivemos um dia animado e com intensa programação. O ponto alto foi quando os Devon percorreram o vilarejo, que remonta 1624, ano em que o primeiro rebanho desembarcou nos Estados Unidos.  Também almoçamos e jantamos todos juntos e cada país participante fez sua apresentação”.

Em nome da Associação Brasileira de Criadores de Devon e Bravon (ABCDB) Anna Luiza, que estava acompanhada da filha Catarina, falou aos participantes sobre a realidade do rebanho brasileiro, investimentos em melhoramento genético e a atual realidade da pecuária de corte e da produção de carne de qualidade superior, entre outros assuntos.

O congresso foi organizado pela associação americana de criadores de Devon (Red Devon USA), presidida por Jeremy Engh. Durante duas semanas, 11 propriedades que se destacam na criação de Devon, em nove estados, abriram as porteiras para receber os visitantes, a maioria estrangeiros. Os pecuaristas tiveram oportunidade de conhecer as características do rebanho local, o manejo que realizam e a troca de informações sobre temas importantes da atualidade, como o melhoramento genético dos rebanhos. “Foi muito proveitoso o encontro com amigos e cabanheiros de vários países, como australianos, americanos e ingleses. Da mesma forma, as conferências e palestras de profissionais, como médicos veterinários. Ao meu ver, o Devon brasileiro está bem à frente de todos os outros, em qualidade e quantidade”, complementa a criadora do Sul gaúcho.

O Brasil foi sede do congresso mundial duas vezes, em 1992 e 2012. Claudio Ribeiro, da Fazenda Palmeira, de Camaquã (RS), é presença frequente nos encontros, que considera extremamente produtivos. “Visitamos amigos de mais de 40 anos que o Devon nos deu, como Jerry e Patty Engh, da Lakota Ranch. Sempre é importante participarmos porque resulta em melhorias para a raça e, além disso, é muito interessante para ampliarmos os nossos conhecimentos”, afirma o criador, que viajou com a esposa, Miriam, e da filha Andréa. Ribeiro adianta, em primeira mão, que o próximo Congresso será na Austrália em 2028, e que os brasileiros já estão convidados.