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Radioamadorismo: otacilienses dão continuidade a legado de pioneiros

  • Alisson Magalhães / CO -

Tecnologia, que sobrevive em meio aos modernismos da comunicação, é essencial em caso de tragédias e intempéries e mantém Otacílio Costa em rede estadual de emergências

Imagine um mundo sem internet. Se é difícil, imagine que em determinado momento alguma atividade climática cause estragos na rede elétrica e deixe Otacílio Costa sem luz por alguns dias. Agora é mais fácil imaginar a cena. O que pouca gente sabe é que, neste cenário, sem possibilidade de conexão com a internet ou outros meios de comunicação, o radioamador se torna ferramenta essencial para se comunicar com longas distâncias. O que ainda menos pessoas sabem é que, em Otacílio Costa, há radioamadores que levam adiante o legado de pioneiros e mantém a cidade numa rede estadual de segurança. 

É o caso de Jaison Marquiori, graduado em sistemas de informação e praticante ativo da modalidade que, concluiu, recentemente, um curso que o habilita a atuar em emergências. 

“Bem, hoje temos tecnologias muito rápidas e eficientes para a comunicação, como internet de banda larga, celulares, o WhatsApp, mas em caso de catástrofes, como a que aconteceu aqui em 1982, ou como a que aconteceu em Petrópolis, no RJ, meses atrás, elas se tornam inviáveis. É nesse cenário que o radioamador entra, dando suporte à Defesa Civil, aos Bombeiros, pois na falta de energia elétrica ou congestionamento dos outros sistemas de comunicação, é o que consegue se manter em funcionamento”, explica. 

Considerado como um hobby técnico-científico e um serviço de telecomunicações, o radioamadorismo, apesar de uma prática antiga, se mantém ativo e conecta milhões de pessoas, praticado em quase todos os países. 

Pioneiros mantiveram serviço em funcionamento 

Em Otacílio Costa, Jaison cita o Sr. Janir Oening, codinome “silent”, como maior entusiasta e incentivador do hobby. “Me inspiro nele, que manteve os sistemas funcionando todos estes anos, na chuva ou no frio, subindo o morro do funil por conta própria, para dar manutenção e deixar o sistema ativo”, revela. 

O pioneiro do hobby, contudo, deu início à prática do radioamadorismo, capital da madeira, em 1962, quando o Sr. Ehrhardt Wolniewicz, que segundo a filha Helena, amava eletrônica, construiu seu próprio rádio de transmissão em sua oficina. “Após construir o próprio rádio transmissor ele estudou sobre legislação do radioamadorismo e telegrafia, efetuou as provas e foi aprovado. Se comunicava com o mundo inteiro através do rádio e da telegrafia (código Morse)”, relembrou Helena. 

Sr Ehrhardt em sua oficina de eletrônica em Otacílio CostaArquivo Pessoal | Família Wolniewicz

​Helena, que também é ativa no hobby, destaca a importância da continuidade da tecnologia para a cidade. “Acho de suma importância. Mesmo com toda tecnologia existente hoje, ainda há lugares que não tem acesso à internet, e com o radioamadorismo podemos nos comunicar”, explica. 

Ela relembra um dos episódios onde o próprio Ehrhardt foi fundamental, atuando numa emergência. “Em 1974, Criciúma, Tubarão e outros municípios foram acometidos de uma grande enchente, e foi através dos radioamadores a principal fonte de comunicação de rádios e jornais. Meu pai intermediou várias comunicações na região. Muitas pessoas tinham parentes e queriam notícias, e procuravam meu pai para saber”, finalizou.

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